Dois dias atrás, no post de terça-feira, eu comentava que dei para ouvir músicas do meu tempo de adolescente. Isso aconteceu por um motivo simples: meu mp3 player (vulgo ipobre) arriou a bateria. Eu tinha (tenho, ainda funciona como pendrive) um player de 1gb onde eu tinha o hábito de colocar discos inteiros, normalmente alguns mais recentes ou algo específico que eu queria ouvir, e levar para a academia. O player era bom principalmente porque é todo emborrachado, dá para suar e molhar sem culpa. E é um aparelho discreto, eu meto no bolso e pronto. O mesmo não se aplica a meu celular, bem grandinho e não pode molhar. Nada de esteira com ele, portanto.
Para resolver o problema de ficar sem música durante a parte aeróbica do meu "treino" (detesto esse nome, não estou treinando para coisa alguma), peguei emprestado um player de 256mb. Pouco para quem tinha 1gb, mais que suficiente para quem passa cerca de 60min correndo e pedalando. Só que com isso eu descobri que não dá mais para colocar discos inteiros, e precisei reaprender a selecionar o que quero realmente ouvir. Fácil, não é? Não para quem tem (acabo de olhar) 39,8gb só de música, divididos em 12.831 arquivos em 821 pastas. Muita gente tem bem mais que isso, mas selecionar cerca de 50 faixas num universo desse tamanho é uma triagem complexa.
Por isso mesmo o meu player anda "temático", e troca de tom com bastante frequência, mais ou menos a cada três dias. Do rock ao brega, do jazz ao samba, muita coisa tem passado pela esteira na hora que corro. Foi selecionando músicas que redescobri coisas que já não ouvia mais (ou você acha que eu ouço 12.831 faixas todo dia?). Recordei os tempos de adolescente. Mais especificamente voltei a escutar as Spice Girls. Eu não gostava delas na época, porque era aqueles tempos de escola em que todo mundo fazia agenda e todo mundo gostava. Aí eu não ouvia e não gostava, mais para ser do contra que qualquer outra coisa. Hoje escuto e gosto, sem culpas.
Também voltei a ouvir Björk, e relembrei que tenho um caso de amor e ódio com ela. Todo mundo nos tempos de faculdade ouvia, e eu não (chato esse canceriano, não é?); de repente cismei de escutar e gostei muito de coisas específicas. Já outras músicas não posso nem passar perto. E é da Björk a música que, hoje, seria a trilha sonora da minha vida. Hyperballad. Delicada na medida certa, aparentemente frágil, mas com um vigor que surpreende porém nunca chega a explodir. Assim me sinto. E assim escuto.
quinta-feira, 30 de abril de 2009
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