segunda-feira, 30 de março de 2009

81: 1

Estou com cravados 86 quilos segundo a balança da academia. Sim, eu me pesei e não, isso não é bom. Significa que, em uma semana de faringite, eu consegui desidratar 2kg, muito provavelmente perdendo massa magra. Esses 2kg voltarão, em algum momento entre hoje e o dia 20 de abril (nova consulta com Dra. Ângela no dia 23). E de uma forma surpresa. Sabe quando você dorme e acorda 2kg mais gordo? Pois é.

Em compensação voltei a malhar, o que aparentemente é muito bom. Talvez por isso esteja chovendo, porque eu falar que malhar é bom é praticamente a mesma coisa que eu dizer que jiló é bom. Ou berinjela (não vou explicar de novo que não gosto de berinjela, senão vão me mandar deus-sabe-quantas receitas deliciosas por e-mail).

Esse fim de semana aconteceu o ápice do surreal. O Bruno ficou me pentelhando por um ano e meio, insistindo dia sim outro também para que eu me matriculasse em uma academia. Choveu no molhado e, teimoso e temperamental como sou, só entrei na época que eu tinha me programado para isso. Voltando à história: no sábado eu acordei bem disposto, a garganta 85% melhor (hoje estou a 95%), e até animadinho apesar de fraco. Aí falei:

- E se eu for à academia?
- Não.
- Você tá dizendo para eu não ir? Cuidado que vai chover muito hoje!

Não fui, era o correto, mas isso não impediu São Pedro de desaguar cântaros sobre BH. Hoje, inclusive, fiz o programa de exercícios (abdominal prancha incluso) com pesos mais leves e não forcei no aeróbico, só 45 minutos sem acelerar demais. E quando eu começava a correr um dos professores vinha e mandava eu diminuir o ritmo. Foi só mesmo para o corpo ir voltando a se acostumar.

Agora vou dormir e esperar a dor de amanhã. Torço para que venha somente aquela normal, de quem ficou uns dias sem malhar. E não a outra, de quem está começando tudo de novo... Essa pesa.

domingo, 29 de março de 2009

80: 1

Já tem uns dias que me inscrevi no Daily Mugshot. Mas como a ideia interessante é ver um monte de fotos mudando (e tem quem tenha quase duzentas já), esperei um pouco para colocar aqui. Hoje inteiraram 12, exatamente o número de quilos que eu havia perdido até a última pesagem. Então, para comemorar o 80º dia do blog e as 1000 visitas, a coluna lateral ganhou um mosaico de fotos minhas. Quem quiser fazer igual é só se inscrever. Recomendo para pais de recém-nascidos...

sábado, 28 de março de 2009

78 + 79

Em maio de 2006 perdi meu pai em consequência de um linfoma, após quase três anos de um tratamento sofrido. Não vou entrar aqui em mérito de questão etc. Fizemos o que foi possível à época. Infelizmente a doença foi mais forte. Se pensar em tirar alguma coisa boa da situação toda, posso dizer que aprendi a ser mais paciente e a lidar com médicos em instituições públicas. Que são pessoas surpreendentes, quase sempre pelo excelente humor com que lidam com os seus pacientes e a cara alto-astral. Como, por coincidência, só tenho tido contato com profissionais que tratam diretamente com a questão da morte, penso que os mesmos sejam inclusive orientados a agir assim, e que de noite, em casa, tiram a maquiagem e desabam no choro. Igual os palhaços.

A Dra. Juliana, aquela que me atende no posto de saúde, é geriatra. Assim como os oncologistas ela também lida mais diretamente com a ideia da morte, e talvez por isso, na escola, ela tenha aprendido esse clima de alegria, vai dar tudo certo. Como ontem fui procurá-la me queixando de uma dor, ela abandonou o espírito carrasco das vezes anteriores e me recebeu no maior pique. Acho que só não serviu cafezinho porque em repartição pública depois das 17h a cozinha já fechou. Eu, escolado, entrei no clima e fui descrevendo a minha dor de garganta com todo bom humor possível.

- Pois é, doutora, está desde terça-feira essa garganta desse jeito. Fiz de tudo para não tomar remédio, gargarejei com água oxigenada e sal, água morna e bicarbonato, usei própolis, tintura de romã, e nada.
- Ah mas eu sempre recomendo água morna, sal e vinagre. É ótimo. E você está tossindo?
- Desde hoje cedo, ainda tive de ficar fazendo esforço para não tossir na reunião geral lá no trabalho.
- É mas você está com hálito. Isso aí deve estar tudo inflamado. Abre a boca!

E eu, puta merda, será que esqueci de escovar dente?

- Não falei? Tudo inflamado! Isso é uma faringite e das boas!
- A senhora nem imagina o quanto que está doendo para engolir. Almoçar é um sacrifício. Outro dia eu fiz uma vitamina de banana, morrendo de fome, e pus aquela farinha que a senhora mandou. Menina... Desceu igual uma lixa!
- Também, quem mandou engolir linhaça com a garganta inflamada? E você já emagreceu bem, parabéns! Faz o seguinte: toma esse antiinflamatório por três dias. Eu acho que é virótico, pelo que você disse, mas se domingo não melhorar, entra com esse antibiótico. E tome bastante gatorade.
- Mas eu queria uma injeção de benzetacil!
- De jeito nenhum, ia ser judiar muito de você! Se fosse um tratamento de sete dias até ia. Mas esse de três é melhor tomar o remédio mesmo! Agora vai, e continua com o regime que vai dar tudo certo!

Saí do posto com os remédios (conta exata – não vai sobrar nem faltar), sem gastar um real, e elogiado pela médica carrasca, que não hesita em dizer que vou morrer de cirrose e de diabetes, mas tem dó me aplicar benzetacil. Tomei o primeiro comprimido ontem e hoje acordei já com a garganta melhor. Hoje ainda estou na sopa, mas a partir de segunda eu vou ter de malhar muito, mas muito mesmo. Sinto que tem uma fera faminta dentro de mim, louca para comer coisas como: torrada, bife, cenoura crua e por aí vai.

P.s.: Não pesei essa semana nem vou pesar. Só peso de novo por volta do sábado que vem, ou ainda com mais uma semana de intervalo para me recuperar totalmente. Sei que estou abaixo dos 88 kg, mas sei que essa semana o que perdi foi líquido e massa magra. Então não conta, porque vai voltar tudo.

quinta-feira, 26 de março de 2009

76 + 77

Estou doente. De verdade. Daquelas dores de garganta e dor no corpo que eu não sei se é gripe ou dengue. Daí que fui ao posto de saúde, tentar marcar com a médica. Constato que faço parte de uma classe social que pode ser chamada de "privilegiados". Sou homem, branco, mais de 30 anos, população economicamente ativa, contribuinte. Portanto, nada mais correto que a minha classe social sofra mais; afinal de contas, em um país de miseráveis, o que esse cara de banho tomado, roupas limpas, ar de "rico" está fazendo aqui?

Gosto bastante do posto Carlos Chagas, mas obviamente sei que lá realmente sou classe privilegiadíssima. O posto atende, em sua maioria, moradores de rua e pessoas idosas. Daí você fica jogado para terceiro, quarto plano. Fui ao posto tentar marcar médico, e consegui. Mas como eu disse que estava mal e a Dra. Juliana só atende amanhã acharam por bem me mandar para o acolhimento e ver se tinha vaga para hoje. Aí eu sentei, abri o livro e esperei.

Porque passam todos na sua frente, de idosos a crianças, e não tem como se queixar. O melhor é esperar, e entregar seu dia àquilo. Até que fui atendido rápido, só aguardei uma hora e meia, mas... Não tinha médico para hoje. Vou amanhã do mesmo jeito, e com a Dra. Juliana. E preparando os ouvidos: ela vai me xingar de novo, sei lá o motivo dessa vez.

Em tempo: estou mais ou menos a mesma coisa. A recepcionista do posto disse que era para eu continuar fazendo o que estou fazendo (própolis, tintura de romã, gargarejos com água oxigenada) e que se eu passasse muito mal era para procurar a Unidade de Pronto Atendimento mais próxima.

terça-feira, 24 de março de 2009

75: 1

Estranhamente adoeci: dor de cabeça e garganta irritadíssima, dói para engolir. Não parece gripe, a Rita disse que é laringite (ou faringite?). Remédios: cama, própolis e tintura de romã. Arde e queima, espero que me conserte logo.

Nem fui à academia, aproveitei para assistir "Dúvida" - e me perguntar por que não tinha ido antes ao cinema. Vale muito a pena pelos embates maravilhosos entre atores, e quem ganha somos nós, o público.

Copiando o twitter (que virou matéria, modinha, rios de desconhecidos me adicionando sei lá o porquê), hoje só frases curtas e resumos de ideias. Cumprindo o prometido, falar de regime, procurem pelo texto nº 34 e façam a receita da Dra. Juliana. No mercado central tudo ficou a 12 reais. A tal farinha de fibras não engorda, e deixa a gente com uma pele ótima.

segunda-feira, 23 de março de 2009

74: 1

Sábado passado eu estava almoçando e encontrei, depois de dez anos, uma conhecida. Não posso dizer amiga, porque efetivamente não o é [apesar de eu ter amigos que não vejo a quase dez anos; incluindo até alguns que nunca vi, mas que mantém o status de amizade]. Não me lembro o nome dela, e isso pouco importa [a Cris me disse no gtalk que é Beth]. A gente ficou naquele clima estranho de reconhece não reconhece, até que enfim vimos que éramos nós mesmos e oi tudo bem, como vai, quanto tempo, o que você tem feito... O de sempre. Mas aí a moça me lança a seguinte pergunta:

"E você, continua escrevendo?"

Eu nunca tinha pensado isso: se escrevo ou deixo de escrever. Como você está me lendo, é claro que a sua reação será "claro, dã..." Mas o fato real, prezado leitor, é que, por mais que você duvide disso e tenha em sua frente um amontoado de letras que fazem algum sentindo, a resposta que dei foi "não... eu não ando escrevendo nada".

Porque, efetivamente, não escrevo. Não como antes, quando ainda havia alguma pretensão de ser literário. Aqui, isso, é um diário comum que funciona mais como bengala para um regime que vai bem, obrigado, e é coisa que todo mundo faz. Não vai virar livro, não é ofício. Talvez um dia eu me proponha a escrever enquanto profissão. Aí é sério. Aqui é bate-papo de todo dia. Mas nem por isso menos belo.

[Amanhã eu volto a falar de dieta, boa noite.]

domingo, 22 de março de 2009

73: 1

Aproveitei o domingo para cozinhar, e a dieta ficou para amanhã. A pedidos, tradicional almoço mineiro: arroz, feijão, angu e bife de boi, que enfumaçou a casa toda. Sem salada e com pudim de sobremesa.

Parte do angu virou um exercício desastrado de polenta frita. Ficou bom, mas com mais cara de bolinho de arroz do que qualquer coisa parecida com aquela polenta que se come em boteco. Isso é para eu parar de inventar moda e seguir receita... Mas ok. Todo mundo tem direito de errar a mão na cozinha, e já fiz várias coisas desastrosas antes. Aliás, estou um desastre no fogão, vai entender. Quase que meu feijão virou chili de tanta pimenta que pus.

Seguindo com o clima querido-diário, ganhei um par de ingressos para ver um espetáculo da cia. de dança Quasar, chamado Por instantes de felicidade. Eu gosto de assistir dança contemporânea, mas confesso que vou muito pela música do que pelas coreografias em si. Desta vez gostei da música e da dança, o que é raro.

Uma das cenas mais interessantes era em vídeo. Coisas de dança contemporânea. Era um cenário de um banheiro, onde cada um dos integrantes fazia uma performance solo, com sua voz de fundo falando sobre um seu instante de felicidade. Tem um que gosta de dançar sozinho, outro que gosta de doces (apesar de ter a mãe dentista), outra que tem mania de cheirar tudo, e por aí vai.

Daí que, claro, fui pensar meus instantes de felicidade, num momento bem Amélie Poulain. Das felicidades que foram para a lembrança, eu diria "cigarros". Não devo mesmo voltar a fumar; é igual maria-mole, só presta até uma certa idade. Das felicidades que um dia voltarão, eu digo que tomar uma taça de conhaque no meu aniversário. Das pequenas felicidades de todo dia eu não posso reclamar. Tenho beijos e abraços sempre que preciso, e boas noites de sono. Além de poder rolar no chão com as cachorras o quanto quiser. E também as felicidades-surpresa, escondidas em momentos de delicadeza pinçados aqui e acolá.

Se eu morresse hoje, agora, mesmo achando que tenho um longo caminho pela frente (e uma vida curta, diria quem leu a minha mão), morreria com cara boa. Mas vamos deixar esse assunto de morte para depois, vira e mexe eu me pego com medo dela.

sábado, 21 de março de 2009

72: 1

Ontem liguei para um amigo meu, e ele disse que hoje teria o free hugs na Savassi. Para quem não sabe, é um povo que fica segurando uns cartazes escritos "abraços grátis" e sai pedindo abraço aos outros no meio da rua. Quem aceita é devidamente abraçado, e isso é muito legal. Se você entrar no site oficial vai ver que até a Oprah aderiu. Eu resolvi ir para encontrar esse amigo (que não foi, pelo menos não enquanto estive por lá) e acabei ganhando alguns abraços de tabela; inclusive da badaladíssima subcelebridade Judith Coelho, aquela da plástica sem bisturi (e eu se fosse você clicava no link só para ver a placa na fachada da clínica).

Porém, o que me chocou mesmo não foi exatamente quem se deixou abraçar, pelo contrário. Muita gente, jovens inclusive, negaram um abraço. E eu que achava que o povo brasileiro era caloroso me surpreendi foi com a reação espontânea de alguns estrangeiros que passavam por ali na hora e abraçaram geral, sem medo. Estaria o belorizontino, vivendo a neurose de todo-dia de cidade grande, se transformando em uma criatura fria? Ou seria o lado provinciano, resquício de Tradicional Família Mineira, que deixa todo mundo "desconfiado" de um bando de adolescentes que só pedia um abraço e nada mais? Coisas...





Aqui estou eu com parte do povo. Durante o tempo que estive lá realmente pouca gente apareceu. Quem sabe ano que vem não temos uma mobilização maior, e daqui 5 ou 6 anos veremos uma atividade praticamente isolada virar uma "parada do abraço". Eu ia adorar! E, sim, essas são as primeiras fotos "de corpo inteiro" (ok, em uma delas estou atrás do cartaz) que faço desde janeiro.

Quem quiser ler uma matéria da revista Ragga sobre o evento (feita um dia antes), é só clicar aqui!

sexta-feira, 20 de março de 2009

71: 1

De tempos em tempos deixo meu lado antissocial aflorar e faço coisas comigo mesmo. Hoje resolvi dar uma paradinha na academia e fui assistir a "O Leitor". Ainda não consigo precisar o quanto gostei do filme e o quanto tudo aquilo me incomodou. Cinema clássico e bom, ponto. E quem não viu que veja.

Ontem, claro, fiz bobagem. Na academia (sempre ela, eu devia falar mais de regime, dar dicas de alimentação etc.) existem dois lugares com esteiras. Um é em frente à televisão de plasma, mas como quase sempre está passando Band News ou Record News, e quase sempre eu estou com o mp3 ligado, prefiro correr em outro local, mais afastado e menos concorrido.

Aí que a academia passou por uma reforma, mudaram os aparelhos de lugar. Onde antes tinha esteira ficou sendo o ponto do abdominal; e as esteiras mesmo foram para o antigo lugar do leg press, que é mais ou menos no centro da academia. Desde então voltei para perto da tevê, porque é um canto mais escuro que não chama tanto a atenção assim.

Só que como esteira na hora que vou praticamente tem fila (e o tempo é restrito a 30 minutos justo por isso), eu pego a primeira que vagar. E ontem fui correr justo nas esteiras do meio, em frente à passagem dos professores. Atualmente faço cerca de 4km em meia hora, o que é uma velocidade bem razoável (se fosse dança do créu seria velocidade 8). A performance estava tão boa que dois professores ficaram me olhando, foram lá ver a quanto eu corria, deram parabéns etc.

E daí? - você pergunta. Não seria nada de mais se não estivessem montando um grupo de corrida por lá. Já vieram me sondar e acho que segunda acabo preenchendo o tal cadastro de intenção. Mesmo com gente sendo contra, eu também acho complexo esse lance de sol na cara e calor, e não tenho intenção alguma de virar "corredor". Porém, quem sabe?... Vamos ver o que dá!

quinta-feira, 19 de março de 2009

69 + 70

Às vezes o bom-senso impera e a gente tem de reavaliar nossos planos e prazos. E a partir desse momento será assim com o meu regime. Não, eu não descambei e resolvi me entregar à perdição alimentícia, ao álcool e ao tabagismo. Muito menos abandonar a academia e a dieta. Tive, isso sim, uma consciência de que certas coisas estão um pouco além do que damos conta no momento.

Explico: meu retorno à médica (Dra. Ângela) está agendado para o dia 23 de abril. No fim da última consulta ela disse que eu estaria por volta dos 80 kg na ocasião, e me aconselhou repetir o teste da academia (aquele de calcular gordura, resistência na bicicleta ergométrica e tirar as medidas corporais) mais a bioimpedância perto dos dias do retorno, para a gente poder acompanhar a minha evolução.

Hoje é dia 19 de março, faltando, portanto, cerca de 30 dias para dar início aos novos exames. E estou pesando 88,5. Ou seja, nem se eu tomar laxante, parar de comer e morrer 3h/dia nos exercícios aeróbicos, consigo atingir os 80. Devo estar, de acordo com o meu ritmo atual, em torno dos 84, o que é bom demais para quem em janeiro pesava 100, sejamos francos. Deixo essa meta de 80 para mais tarde, perto do meu aniversário. Devagar e sempre.

Trocando o assunto (já que eu não postei ontem): estou com muitas, muitas dores; inclusive em músculos que eu nunca imaginei que um dia na vida pudessem doer. Como os glúteos. Cheguei em casa ontem perguntando como iria fazer para conseguir sentar e trabalhar. Até agora está indo bem.

O que acontece foi que na segunda, quando o Marco passou a ficha nova e eu achei bem tranquila de ser feita, para aproveitar o tempo corrido fizemos só duas séries de 15 repetições para cada exercício. A terceira série, introduzida ontem, me transportou a um novo panorama sobre o que pode ser a dor, e relembrei com sucesso o começo de janeiro, quando eu sofri por uma semana inteira até o corpo se acostumar.

Daqui a pouco, mais tarde, coroando a inauguração da segunda etapa da nova ficha de exercícios, mais abdominal prancha. Sim, vai doer. Só que é melhor doer do que ficar parado; se parar dói muito mais...

terça-feira, 17 de março de 2009

68: 1

Estava bom demais para ser verdade. Ontem cheguei à academia, e, apesar do olho esquisito (hoje está melhor, minha coordenadora fez sessões de colírio – viva o Lerin), achei a nova série de exercícios super tranquila. Todos os dias trabalharemos três partes: braços, pernas e abdominais. Ok! Ontem mesmo elaboramos a lista de hoje, então fui calmo já sabendo o que me esperava. E tudo correu bem, todos os exercícios mais ou menos conhecidos, com algumas variações, alterações de peso, beleza. Sem peitoral voador, sem flexão de braço, me senti no paraíso. Até que... (sempre tem que ter um "até que").

Seguinte: se alguém, algum dia, chegar para você e disser: "vamos fazer abdominal prancha", corra. Mas corra como o diabo foge da cruz. Eu, energúmeno que não faz pesquisa, achei que abdominal prancha fosse fazer os abdominais de sempre em cima de uma prancha, ou uma tábua, ou aqueles aparelhos lá que parecem uma prancha que a gente prende o pé e faz o abdominal... Acho que até brinquei com isso aqui, que eu iria de tapa-olho e tudo o mais. Pois então, não é.

Com a ajuda da Revista Boa Forma, ilustrarei para os distintíssimos leitores como é esse (para mim) novo tipo de tortura.



Prancha no solo. Deitado de bruços apóie os antebraços e a ponta dos pés no chão. Deixe os ombros, quadris e calcanhares na mesma linha. Três séries de 30 a 40 segundos.

Parece bobo, não é? Vai fazer, vai! Foi o último dos exercícios, e o Marco começou assim: "se você achar que está leve, a gente depois faz o do aparelho"... Eu todo feliz. Ele me mostrou a postura, e lá fui repetir. "Faz o tempo que você aguentar", disse o professor.

Dói. Dói tudo o que você puder imaginar e mais um pouco. O peitoral (que trabalhei mais ontem) deu todo o sinal de vida, a barriga queima, as costas queimam, tudo queima e parece que você está pagando todos os seus pecados. Padre deveria prescrever abdominal prancha como penitência.

E não bastasse, o Marco colocou meu colchão no meio da sala. Então estava eu, nessa posição lindíssima da foto acima, com uma cara de quem estava sofrendo o suplício da roda (é o primeiro método de tortura do link), quando gritei: "Marco, pelo amor de Deus, troca isso por flexão de braço!" E ele: "Não!"

Então ficamos assim: até o fim de maio, em dias alternados, passarei por esse tormento. Segundo a revista isso ajuda a secar a barriga. Segundo o professor, em breve trabalharemos variações: com bola, com os pés sobre um aparelho e com as mãos em outro etc. Como não tem ambulância na porta da academia, o Marco disse que se eu precisar ele liga para o Samu - 192. Agora vou dormir que estou um caco. De novo.

segunda-feira, 16 de março de 2009

67: 1

Sabe quando acontecem daquelas coisas chatas em que você é obrigado a fazer cara de paisagem quando na verdade está se ferrando de com força? Sabe quando você simplesmente é surpreendido por uma notícia inesperada e imprevista (ninguém morreu), que te "quebra as pernas"? Não, eu não fui demitido. Mas uma pessoa, que não precisava ir embora agora, não me dá mais aulas. E eu ainda tinha muito que aprender.

Como tudo sucedeu ainda não entendi bem – sei que foi rápido, e por msn; e fiquei tão, mas tão chateado, que aconteceu algo que há tempos eu não tinha: somatizei. Estou com o olho esquerdo inflamado, uma coisa nojenta, fazendo compressa de água boricada para ver se alivia um pouco. Deve ser conjuntivite. Porém isso também é sinal com certeza de um princípio de stress; ou ainda de baixa imunidade. Conclusão: ou eu tomo vitaminas ou então vou ter de subir um pouquinho a quantidade de comida que venho ingerindo, logicamente observando o lado saudável da coisa.

Hoje, além de não ir à aula de francês, foi o dia da primeira troca da série de exercícios. Notícia boa: não tem mais peitoral voador (soem as trombetas), e eu fui "promovido" nos abdominais. Saí do chão e passei para a máquina de abdominal, o que é divertido. Aliás o Marco foi super bonzinho hoje, manteve alguns exercícios que gosto e pôs uns três novos que eu praticamente fico deitado o tempo todo só levantando peso em diversas posições diferentes. Um desses exercícios se chama crucifixo, e você fica exatamente como se estivesse pregado na cruz. Para quem tem os músculos bem definidos, como o meu professor, é uma cena até bonita de se ver. Ah, e também não tem flexão de braço, era piadinha.

Queria escrever mais, mas o olho irritado está me deixando tão irritado quanto. Boa noite, vou ali pingar o colírio alucinógeno... (mentira, vou é fazer mais compressa de água boricada).

domingo, 15 de março de 2009

63 + 64 + 65 + 66

Estou na casa da minha mãe, em Ponte Nova. Resolvi lembrar os tempos de estudante e vim passar o fim de semana. Como eu não a via desde o Natal, ela se surpreendeu um pouco com a minha perda de peso. Não mais, claro, que a minha tia-avó, que me levou para um city tour pela cidade, com direito a parar com todas as amigas que ela encontrou na rua para comentar que eu já emagreci 10kg e que ainda vou perder mais 10. Resultado do passeio: ganhei camisetas de presente, e, acabei comprando duas calças 44. Para quem usava 48, caber num manequim 44 depois de tanto tempo é muito bom. E como minha perna não deve afinar mesmo, o máximo que vai acontecer são as calças 44 ficarem um pouco bambas. Pelo menos passarei uns dias menos esmolambado.

Aí, como tem gente me pondo fogo para correr na rua, eu aproveitei que moro na beira do rio e fui correr. Foi bom, claro, mas penso que realmente óculos virtuais para esteira serão o futuro. Isso porque, como a cidade teve enchente, eu mais desviava de buraco do que exatamente corrida. E como a besta aqui tem de fazer algo errado, saí para correr 10h45 debaixo de sol quente, com óculos escuros e sem boné. Meia hora e voltei para casa, tomar banho. Serviu mais para não perder o pique do que qualquer outra coisa. Talvez para por um vermelho no rosto também.

Amanhã, 21h, mudança de programa na academia. Parte 1 de 2. Eu sempre alterno os exercícios, fazer a mesma coisa todo dia é um saco. Já vou passar na farmácia e comprar os dorflex, devo mesmo precisar. Um teaser da coisa: passava eu pelo Marco (o novo professor depois que o Bernardo saiu) e vi um cara fazendo flexão de braço. Ele, na simpatia que deus deu, disse: "prepara que você vai fazer o mesmo". Como eu estava com um péssimo humor na hora (já viram que não ando nem mais escrevendo todo dia), respondi: "Claaaro... Por que você não aproveita e fica em pé em cima de mim de uma vez? Assim ajuda a subir o peso". E ele "boa ideia!". Ah, o cara pesa 95kg.

quarta-feira, 11 de março de 2009

55 + 56 + 57 + 58 + 59 + 60 + 61 + 62

Uma semana sem escrever, e o comentário da Carolina pedindo para eu voltar... Aqui estou, com uma equação enorme de dias no cabeçalho; da próxima vez troco para o somatório (= 468). Na verdade eu nunca fui embora, só estou cansado demais para concatenar ideias (que o Word insiste em acentuar, coitado) e redigir qualquer coisa em alguma sequencia lógica formando sentido. Então, para facilitar a minha vida, e retornando onde parei, farei como um fichamento de texto, por tópicos:

1. Na quinta-feira passada a médica desmarcou. Meio que em cima da hora e me deixando sem remédio a partir do domingo. Com isso improvisei e diminuí a dose das cápsulas para uma vez ao dia. Sem diferença alguma, diga-se. Hoje chegam os novos.

2. Meu sono está paulatinamente voltando ao normal; tirando o fato que deito e acordo mais tarde. E sim é porque estou malhando à noite, o que não vai mudar. Não fiz medicina, não sou advogado e muito menos peão de obra para acordar seis da manhã todo dia. Inda mais para ir à academia.

3. Estou com problemas pessoais (gente da família meio adoentada), o que me tem posto para baixo. Mas como não posso fazer muito além de esperar, vou dar uma viajada no fim de semana, ver a minha mãe (com quem ainda não encontrei esse ano todo), rir um pouco e deixar a vida seguir do jeito dela.

4. Enfim dei as caras na rua. Desde o começo do processo eu dei uma desaparecida social (até porque como todo canceriano que se preza eu gosto sim de ouvir "nossa como você está diferente", só que para isso tem de sumir uns dias, não é?), voltando à ativa em uma festa de aniversário no domingo. Com direito a porre de Minalba e tudo o mais.

5. Também no domingo enfim consegui ir a uma festa que dizem que é a minha cara. Eu não presto, mas eu te amo. É mesmo a minha cara, eu sabia cantar 90% do repertório e só não fiquei mais porque no dia seguinte tinha rotina de segunda (trabalho, francês, malhar) mais a médica.

6. Ganhei parabéns da Dra. Ângela, mas vou continuar com a dieta de 1200 calorias mais a mesma prescrição de medicamentos (fluoxetina + sibutramina) pelo menos até a próxima consulta, pré-agendada para 23 de abril, dia de São Jorge. Porém, a doutora se revelou uma autêntica governanta alemã: estabeleceu como meta eu eliminar até o fim de abril mais 9,5 quilos, chegando à marca dos 80kg (faça as contas e descubra meu peso atual). Duvido que eu consiga, mas estou mantendo o regime normalmente e como medida preventiva passei meu tempo de exercícios aeróbicos para 60 min.

7. A mesma médica deu uma relaxada: não preciso mais ficar com 80cm de diâmetro (em tempo: dos 118 iniciais agora tenho 109,5cm na fita métrica), vamos primeiro perseguir os 94cm. Mas sem pressa, porque é a parte mais difícil sempre de ser resolvida (e em contrapartida a que mais chama atenção nos espelhos, roupas etc.).

8. Estou passando por um turbilhão emocional, conseguindo agrupar amor, raiva, tesão, vontade de matar, ciúme, inveja, destempero, alegria espontânea e gargalhadas altíssimas – tudo ao mesmo tempo. Como todo e qualquer mortal.

9. Dica da médica: "cuidado com os elogios". Agradeço e obedeço. Ela diz ser a fase mais complexa, porque ainda temos muito que avançar, só que como os resultados são visíveis a olho nu, a tendência é achar que está bom e relaxar. Não pode.

E agora, por hoje, está bom. Tentarei escrever com mais frequencia, eu sempre prometo isso. Como esse diário faz parte do processo, é melhor não me desligar de nada.

terça-feira, 3 de março de 2009

51 + 52 + 53 + 54

A palavra é prata, o silêncio é ouro, e a sua mãe, o seu pai, a sua avó e pelo menos mais um amigo já disseram isso antes. Porém tem coisa que não tem jeito, e ficar de boca fechada é uma delas. Em todos os sentidos. Boca fechada para não falar demais é lei, mesmo de vez em quando a gente soltando o que não deve. Mas boca fechada para não comer demais é difícil. E sabia que nem sempre tem de ser assim?

Eu tenho um amigo virtual (só porque ainda não o vi pessoalmente) que se propôs há dois anos o que estou fazendo hoje. Emagreceu tipo 20 quilos e segue tocando a vida. A gente conversava justo sobre isso e ele diz que pelo menos uma vez por semana se dá o direito de algum luxo calórico, o que inclusive ajuda a acelerar o metabolismo. Nesse dia me dei uma fatia de pizza de presente, hehe.

O fato é que estou começando a ficar preocupado com o meu emagrecimento. Antecipei a ida à médica em uma semana por causa disso. É normal em 50 dias* uma pessoa supostamente saudável eliminar 9kg? Ok, eu sei que estou pegando pesado na academia e que estou cumprindo quase à risca (não sou de ferro) as prescrições.

De um lado, não tenho tido efeito colateral algum, afora o excesso/falta de sono. Explico: eu custo a dormir, mas já teve dia que acordei as 11 da manhã (Nota: meu hábito é acordar as sete e meia, independente do dia da semana. Mamãe pode confirmar). Boca seca, tontura, dor de cabeça? Nada disso aconteceu.

Mas por outro, estou com um cagaço danado de, quando eu parar com a medicação, ganhar o peso todo de volta. E ainda por cima ficarem martelando na minha cabeça que sou irresponsável, que perdi dinheiro etc. E é isso que quero falar com a médica depois de amanhã, depois conto a resposta aqui.

Em tempo: talvez eu, semi-convencido pela Carol, me inscreva na primeira prova do Circuito das Estações (5 km). Tenho 12 dias para resolver.

* Apesar de esse ser o 54º dia do blog, comecei oficialmente meu regime/malhação no dia 12 de janeiro. O que dá, hoje, exatos 50 dias.