domingo, 22 de março de 2009

73: 1

Aproveitei o domingo para cozinhar, e a dieta ficou para amanhã. A pedidos, tradicional almoço mineiro: arroz, feijão, angu e bife de boi, que enfumaçou a casa toda. Sem salada e com pudim de sobremesa.

Parte do angu virou um exercício desastrado de polenta frita. Ficou bom, mas com mais cara de bolinho de arroz do que qualquer coisa parecida com aquela polenta que se come em boteco. Isso é para eu parar de inventar moda e seguir receita... Mas ok. Todo mundo tem direito de errar a mão na cozinha, e já fiz várias coisas desastrosas antes. Aliás, estou um desastre no fogão, vai entender. Quase que meu feijão virou chili de tanta pimenta que pus.

Seguindo com o clima querido-diário, ganhei um par de ingressos para ver um espetáculo da cia. de dança Quasar, chamado Por instantes de felicidade. Eu gosto de assistir dança contemporânea, mas confesso que vou muito pela música do que pelas coreografias em si. Desta vez gostei da música e da dança, o que é raro.

Uma das cenas mais interessantes era em vídeo. Coisas de dança contemporânea. Era um cenário de um banheiro, onde cada um dos integrantes fazia uma performance solo, com sua voz de fundo falando sobre um seu instante de felicidade. Tem um que gosta de dançar sozinho, outro que gosta de doces (apesar de ter a mãe dentista), outra que tem mania de cheirar tudo, e por aí vai.

Daí que, claro, fui pensar meus instantes de felicidade, num momento bem Amélie Poulain. Das felicidades que foram para a lembrança, eu diria "cigarros". Não devo mesmo voltar a fumar; é igual maria-mole, só presta até uma certa idade. Das felicidades que um dia voltarão, eu digo que tomar uma taça de conhaque no meu aniversário. Das pequenas felicidades de todo dia eu não posso reclamar. Tenho beijos e abraços sempre que preciso, e boas noites de sono. Além de poder rolar no chão com as cachorras o quanto quiser. E também as felicidades-surpresa, escondidas em momentos de delicadeza pinçados aqui e acolá.

Se eu morresse hoje, agora, mesmo achando que tenho um longo caminho pela frente (e uma vida curta, diria quem leu a minha mão), morreria com cara boa. Mas vamos deixar esse assunto de morte para depois, vira e mexe eu me pego com medo dela.

Um comentário:

camila disse...

acho q só faltou uma couvezinha aí! delícia!