Esse negócio de malhar mexe com a gente de um jeito muito esquisito tem horas. Porque, tipo, você tem o corpo assim ou assado, ao qual já está acostumado por anos, e de repente tudo muda. E é de repente mesmo que você percebe, porque, ao contrário dos outros que podem ficar o tempo todo te observando, a sua noção de corpo é tão internalizada - e limitada, você não se enxerga o tempo todo e nunca vai conseguir se ver em 360º - que só dá para reparar quando a mudança está óbvia.
Foi assim com as minhas coxas, por exemplo. Da noite para o dia eu "percebi" que os músculos laterais estão, por assim dizer, maiores e mais firmes. Reparei quando vesti um pijama que não usava há tempos e me deu aquele instante de revelação... Olhei e pensei: essa perna (eu misturo coxa e perna, acostumem-se) é minha mesmo? Até peguei e vi que sim, é.
A recepção aqui do prédio onde trabalho tem paredes inteiras com espelho. E a gente tem de ficar parado lá, vendo o corpo todo, enquanto espera o elevador. Agora, voltando do almoço, fiz uma coisa rara: cruzei os braços. Aí que, quando olhei para o espelho, eu de braço cruzado (também misturo braço e antebraço), vi que a minha musculatura do antebraço está começando a se definir. Já tem traços marcados.
É estranho demais. Acho que para os adolescentes da academia, aquele bando de magrelos que não sei a razão de quererem ficar imensos, cada gominho novo que aparece no corpo deve ser motivo para soltar rojão. Eu, por enquanto, só estou percebendo as coisas... Torço para ficar legal, assim como torço para que a minha circunferência diminua. Claro que se eu ficar parecendo o chaveirinho do Conan tomarei atitudes drásticas para recuperar as curvas. Até lá estou na paz.
sexta-feira, 22 de maio de 2009
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