Sábado a noite, em casa escrevendo. Não que isso me incomode, afinal mesmo nos tempos em que eu saía frequentemente, sempre dizia que sábado era para amadores. Ainda continua sendo: as ruas estão cheias, você fica parado em um trânsito imenso, pega fila para depois ser mal atendido. Sábado à noite é mesmo para quem gosta de ser mal tratado.
Grilos e pedras a parte, não vou gastar o seu precioso tempo malhando besteira que não vai dar em nada. Hoje quero aproveitar esse meio de texto para desabafar, de uma forma velada. Ninguém além de mim irá entender. Mas tudo bem.
O começo do filme Ratatouille fala que qualquer um pode cozinhar, e desenvolve essa premissa mostrando que até mesmo um rato (no caso, evidente, só o Remy) é capaz de fazer comida. Que agrada ao mais chato dos críticos gastronômicos da época, e confirma, de uma forma meio atravessada que, se você persistir em seus objetivos vai alcançar o sucesso.
Filmes quase sempre terminam quando a luz apaga, e a personagem não tem de administrar o sucesso. A gente não vê (a não ser em biografia de músico) indícios de uma curva descendente, que é o ciclo natural, caras de poucos amigos ou irritacionices afins. Os filmes (assim, bem geral, lembrando que existe um mar de exceções) deixam a vida suspensa no auge, e saímos da sala com a sensação de que tudo pode dar certo.
Mas na vida, quando a luz apaga, a realidade permanece. E com a realidade vem o mau humor matinal, o bom humor matinal (o irritante aqui sofre desse mal, saibam), as contas a pagar, a pia com louça suja, o lixo para por pra fora, a roupa para lavar. Isso para todos. Até para os milionários. Afinal até os milionários precisam de um tempo para “fazer o número dois”.
Como dito, esse é um desabafo unilateral. Eu meio que me decepcionei quando li um texto de alguém, que me pareceu pretensioso demais numa hora ainda errada. Li um texto que me ofendeu. E não é um texto que xinga gordo (sou e sempre serei gordo), e sim um texto, curto, escrito as pressas, que sinceramente era melhor não ter sido criado. Terminei descendo dois degraus na minha escala de admiração (também velada) por essa pessoa.
E esperei, propositadamente, alguns dias para falar sobre isso. Para ficar fora do contexto totalmente. Para ninguém entender. Quem é nunca vai ler. Quem passa aqui em passant vai pular essa missiva enorme. E para quem me perguntar, pessoalmente, eu explico.
Voltando ao Ratatouille, o Remy nunca perde coisas que, para mim, são o que mais me seduzem: a humildade, a simplicidade, a ingenuidade. Nem o bom humor. Eu espero, mesmo, nunca perder isso. E você, que vem cá todo dia, se eu estiver arrogante demais, avise. Temos amigos também para nos colocar em nosso devido lugar.
Um abraço a todos, e andem! É hora de ir para a balada, seus amadores!
sábado, 4 de julho de 2009
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Um comentário:
Eu sempre pensei isso dos filmes. Aliás, eu já apontei esse fato uma vez: http://enquantoda.blogspot.com/search?q=tudo+por+uma+esmeralda
e ainda acho que é aquilo mesmo: o filme marca por congelar o momento da felicidade: ele é o avesso da vida;ele vive toda o seu tempo naquele momento a gente vive todo o resto.
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